Artigos

Fluxos migratórios e o papel do Brasil nesse movimento

Estação do VLT na Praça XV, no Centro do Rio. Processo de revitalização na região central da cidade traz um novo olhar ao morador - Foto: Lucas de Souza Pereira

Após o fim do período da Guerra Fria, o mundo sofreu alterações importantes como a derrubada do Muro de Berlim e a forte ascensão do modelo capitalista ao redor do mundo. A influência dos Estados Unidos continuou crescente e o país se tornou a maior potência econômica e militar do planeta.

Mesmo com um modelo de liberalismo e globalização sendo propagado ao redor do mundo, muitos países insistiram num modelo econômico e social bastante intervencionista. E foi esse modelo que imperou em boa parte dos países da América Latina, sobretudo no Brasil.

Nos últimos anos, houve um intenso movimento de muitos brasileiros em sair do país e os motivos são claros. O Brasil é um dos países mais inseguros e que mais matam no mundo (em 2017 foram mais de 62 mil homicídios, em média, 30 mortes para cada 100 mil habitantes). Além disso, apresenta os piores índices de educação básica e oferece serviços precários de saúde, com filas enormes em hospitais e carência de médicos especialistas. Soma-se a isso um estado que cobra altos impostos e enorme burocracia que impede, por exemplo, em até 100 dias que um empreendedor abra o seu próprio negócio.

Na foto, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. As decisões políticas e econômicas fazem toda a diferença na hora do cidadão deixar o país - Foto: Lucas de Souza Pereira

Dito isso, é notório que aqueles brasileiros que conseguem ter alguma prosperidade em terras brasileiras optam por ir mais alto e se apropriam do chamado “sonho americano”, que é o desejo do sucesso através dos ideais da liberdade. Segundo uma pesquisa de 2007 divulgada pelo jornal Gazeta do Povo, que elenca os principais motivos dos brasileiros irem morar nos Estados Unidos, mais de 55% buscam uma vida melhor, 12% querem recomeçar a vida, 11% querem um salário melhor e 10%, um emprego. Ademais, podemos citar mais uma vez a falta de segurança pública que se acentuou a partir da década de 2010.

Uma vez mais, é preciso dizer que também existe o componente de valorização das instituições democráticas que existem na terra do tio Sam. Os brasileiros são atraídos pelo rigor da lei sobre criminosos, um sistema de justiça que consegue transparecer confiança e, evidentemente, o fato do país ser uma megapotência onde existe uma pretensa moralidade e ética superior sobre as outras nações. Para nós, isso é de encher os olhos.

Mas não é só para a América que está tendo um imenso processo de emigração. Portugal tem sido um destino para mais de 80 mil brasileiros, mas especialistas dizem que o número pode ser bem maior. Os motivos são os mesmos que levam à ida aos Estados Unidos, uma crise econômica, social, política que assola o estado brasileiro e que atrai sobretudo uma classe média e alta brasileira na busca de qualidade de vida.

Na foto, estátua de D. João VI localizada na Praça XV, centro do Rio. As ligações e o saudosismo de portugueses e brasileiros criam elos importantes entre os dois povos - Foto: Lucas de Souza Pereira

É preciso afirmar também que existe uma razão crucial para essa mudança para a “terrinha” que passa pela semelhança do idioma falado no país europeu, que é o nosso tradicional português. Entretanto, diferentemente dos Estados Unidos onde a questão econômica parece prevalecer para os brasileiros que para lá se mudaram, a simplicidade de uma vida pacata parece importar mais para quem escolhe Portugal.



Bolsonaro aponta ‘vitimismo’ da imprensa por suspender cobertura no Alvorada

Exaltado, o presidente Jair Bolsonaro fala com profissionais da imprensa - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro mandou jornalistas calarem a boca durante entrevista coletiva na saída do Palácio do Alvorada. Depois de denúncias do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente queria interferir na Polícia Federal, Bolsonaro se irritou quando foi perguntado sobre o assunto.

O presidente Jair Bolsonaro aumentou a escalada autoritária no discurso contra a imprensa. Apesar de sempre se posicionar contrário a tentativas de se fazer uma regulamentação e, inclusive ter usado esse mote na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro usa de todos os meios possíveis para que a imprensa não tenha garantida a plena liberdade que lhe é garantida pela Constituição Federal de 1988 e também pela Lei 2.083, de 12 de novembro de 1953, que faz a regulamentação da Liberdade de Imprensa. A todo o momento o presidente faz uso de piadas, chacotas e xingamentos contra profissionais que tentam fazer o seu trabalho para garantir que a população seja informada.

Logo no início do mandato, o presidente fazia acenos para a imprensa de que havia decido adotar uma postura mais respeitosa aos profissionais, como o café da manhã com o presidente e ministros, feito em coletiva com vários jornalistas de diferentes veículos. Entretanto, à medida que se irritava com manchetes publicadas em jornais de grande circulação, logo tratou de acabar com as reuniões feitas no Palácio do Planalto e subiu o tom contra os questionamentos ao seu governo.

Podemos dizer que a relação de Jair Bolsonaro - agora já empossado como presidente da República - com a imprensa começou em tom amistoso. Através da interlocução dos então ministros Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), foi possível até se reunir em reuniões semanais com profissionais de diferentes veículos jornalísticos em um café da manhã no Palácio do Planalto. Esperava-se que o clima iria ser amigável ao longo do governo, mesmo o presidente sendo um contumaz crítico do trabalho de veículos específicos, mas o presidente tomou outro caminho.

Com o avanço das investigações contra Flávio Bolsonaro e o possível esquema de ‘rachadinha’ na Alerj, quando o atual senador era deputado estadual, a imagem de Bolsonaro começou a ser atrelada cada vez mais a esquemas de corrupção, o que foi suficiente para Bolsonaro romper de vez com os jornalistas.

A queda de ministros do governo também foi fundamental para haver esse rompimento, já que de antemão a imprensa noticiou que vários ministros do governo iriam cair dos cargos. De pronto, o presidente e os ministros alegavam que se tratava de fake news, mas dias depois as quedas se concretizavam – eram adiadas para descredibilizar os jornalistas que deram o furo. O fato é que muitos jornalistas caíam e ainda caem nessas cascas de banana, ou seja, são informados de algum acontecimento de bastidor que depois era desmentido pelo presidente.

O relacionamento do presidente com os jornalistas azedou de vez com a chegada da pandemia de coronavírus, quando costumeiramente Bolsonaro ignora todas as normas sanitárias participando e chamando a população às ruas, quando o isolamento social deveria ser seguido por todos, sobretudo as autoridades. A imprensa fiscaliza Bolsonaro, que só reage para atacar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEJA BEM VINDO! Olá, meu nome é Lucas de Souza Pereira, tenho 23 anos, sou estudante de Jornalismo no Centro Universitário Carioca - Unicari...